Ato do MAB em Mariana marca nove anos do crime da Samarco e reforça a luta por justiça
Data: 07/11/2024 - Autor: Revida Mariana
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organizou na última terça-feira, 5 de novembro, um ato em Mariana (MG) para marcar os nove anos do crime socioambiental provocado pela Samarco (Vale / BHP Billiton) em 2015. Trata-se do maior crime socioambiental do Brasil, e um dos maiores do mundo, envolvendo barragens da mineração.
Com o lema “Lutar e organizar para os direitos conquistar”, o Movimento reafirmou o compromisso em assegurar a luta por justiça para as mais de 2,5 milhões de pessoas afetadas por esse crime socioambiental, que resultou na contaminação de aproximadamente 684 km da Bacia do Rio Doce. O rompimento da barragem de Fundão impactou severamente dezenas de municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. Foram 19 pessoas mortas e um aborto provocado pela imensa onda de lama tóxica.
Durante o dia, os atingidos participaram de uma série de atividades, como uma marcha pelas ruas de Mariana e debates sobre o processo de reparação. Durante o ato, Joceli Andrioli, integrante da coordenação nacional do MAB, convidou os presentes a seguirem firmes na busca por reparação. “A luta vale a pena. Só perde uma luta quem a abandona”, enfatizou.
Ele também convocou todos os presentes a unirem esforços em uma nova fase de mobilização e conscientização, essencial para enfrentar as consequências do crime. “O MAB busca hoje não só recordar a tragédia, mas também renovar o espírito de luta por justiça e uma responsabilização exemplar. Com o apoio da sociedade, o movimento se fortalece, dando voz e visibilidade a uma causa essencial para garantir a dignidade dos atingidos”, complementou o dirigente.
A programação do evento começou às 9h com um ato simbólico em Bento Rodrigues, distrito destruído pelo rompimento da barragem. Simultaneamente, uma plenária realizada na Arena Mariana discutiu pontos críticos do novo acordo de reparação, recentemente assinado entre governos, mineradoras e instituições de Justiça.
A plenária abordou os termos do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) e estratégias para avançar no processo de reparação, considerando as lacunas existentes no acordo, especialmente em relação às compensações individuais e à inclusão de todas as áreas afetadas, como o litoral do Espírito Santo e o Sul da Bahia.
O Movimento também acompanha o julgamento em Londres contra a mineradora BHP Billiton, buscando garantir que a empresa seja responsabilizada internacionalmente e que os direitos dos atingidos sejam plenamente reconhecidos.