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MAB acompanha julgamento da BHP Billiton na Corte Britânica e espera por justiça aos atingidos pelo crime de Mariana

Data: 21/10/2024 - Autor: Revida Mariana

“Justiça aos atingidos de Mariana! Justiça para limpar essa lama!”. É com essa expectativa que o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) acompanha o julgamento do crime socioambiental em Londres, na Inglaterra, que começou nesta segunda-feira (21). A corte britânica vai decidir sobre a responsabilidade da BHP Billiton sobre o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. BHP e Vale são sócias na Samarco, uma joint venture que atua na mineração brasileira.

Atingidos da tragédia de Mariana acompanham julgamento da BHP, em Londres (Foto: Francisco Proner/MAB)
Atingidos da tragédia de Mariana acompanham julgamento da BHP, em Londres (Foto: Francisco Proner/MAB)

Com faixas e cartazes com imagens das vítimas, representantes dos povos indígenas Krenak, quilombolas, e Pâmela Rayane, mãe da pequena Emanuelle – morta aos 5 anos na tragédia, acompanharam o julgamento em Londres. Na porta da corte britânica, o grupo ofereceu, simbolicamente, garrafinhas de água do Rio Doce aos advogados da BHP, e questionou: “Vocês tomariam essa água?”.

“Acreditamos que esse processo aqui na Corte Britânica possa impactar a justiça brasileira. Além da reparação de dados, também esperamos a criminalização das empresas. Esperamos que essa iniciativa abra precedentes para que empresas internacionais que sejam julgadas e responsabilizadas por crimes que cometem em outros países”, disse Olívia Santiago, integrante da coordenação nacional do MAB, que está com o grupo de atingidos em Londres.

Se a decisão for favorável às vítimas, 620 mil atingidos, entidades e municípios poderão ser ressarcidos com indenizações que devem chegar a R$ 260 bilhões no total. Esse valor é maior e mais justo do que os R$ 170 bilhões previstos no acordo brasileiro, anunciado na última sexta-feira (18) – desse montante, apenas R$ 133 bilhões em “dinheiro novo”, pois já teriam sido gastos R$ 37 bi.

Atingidos da tragédia de Mariana acompanham julgamento da BHP, em Londres (Foto: Francisco Proner/MAB)
Atingidos da tragédia de Mariana acompanham julgamento da BHP, em Londres (Foto: Francisco Proner/MAB)

O julgamento em Londres está apenas na fase inicial, com finalização prevista para março de 2025. A decisão sobre a responsabilidade da BHP Billiton poderá ser proferida até junho. Se a empresa for condenada, passa-se à fase de definição dos valores de indenização das partes envolvidas.

Ainda nesta segunda-feira (21), o MAB fará um ato em Governador Valadares, às 16h, para chamar atenção da sociedade brasileira sobre o julgamento em Londres. Além disso, projeções em prédios de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília vão ocorre a partir das 18h, com a seguinte mensagem: “É hora de fazer justiça por Mariana-MG. Começou o julgamento das mineradoras na inglaterra. Reparação justa para as vítimas na Bacia do Rio Doce. Justiça pelo Brasil. Justiça por Mariana-MG”.

Para os atingidos por barragens, a esperança é de que a justiça de Londres seja coerente e puna com todo rigor as empresas responsáveis por esse crime. Os danos causados à vida das pessoas e ao meio ambiente não têm precedentes históricos no país e ainda vão perdurar por anos a fio.

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