MAB entrega carta ao presidente Lula e faz atos para reivindicar participação na Repactuação de Mariana
Data: 07/08/2024 - Autor: Revida Mariana
Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de Minas Gerais e Espírito Santo entregaram, nesta quarta-feira (7), uma carta ao presidente Lula que solicita ao Governo Federal a rejeição da proposta de mineradoras na Repactuação do crime socioambiental em Mariana (MG). O grupo fez uma série de protestos em Brasília (DF) para exigir a participação popular nas negociações pela tragédia ocorrida em 2015.
Durante a manhã, o MAB promoveu um ato em frente à sede do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). A ação visou denunciar a intervenção da mineradora BHP, que teria destinado R$ 6 milhões ao IBRAM para mover uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os municípios que buscam indenizações por meio da justiça inglesa. Segundo o MAB, essa tentativa de intervenção representa um ataque ao direito dos atingidos de obter justiça.
À tarde, governos e mineradoras se reuniram para discutir a Repactuação do crime socioambiental em Mariana, em um hotel de luxo na capital federal. Com cartazes, bandeiras e faixas, o MAB reivindicou que suas vozes fossem escutadas. Durante o ato, o grupo responsável pela Repactuação convidou alguns integrantes do movimento para falar aos presentes. Na ocasião, o MAB criticou duramente a exclusão dos atingidos das mesas de negociação e rejeitou as ofertas baixíssimas das empresas.
Em seguida, o grupo foi até o Palácio do Planalto para entregar uma carta ao presidente Lula. O Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, recebeu os atingidos. No documento entregue, os atingidos manifestaram repúdio ao valor proposto pelas mineradoras BHP e Samarco para indenizações e reparações, considerado insuficiente pelo movimento. Além disso, o MAB solicitou uma audiência para apresentar as preocupações e propostas que visam garantir um processo inclusivo para os atingidos e a responsabilização das mineradoras.
Os protestos desta quarta-feira refletem a indignação e a frustração dos atingidos pela tragédia. Após quase uma década, as vítimas do maior crime socioambiental da história do país buscam por uma solução justa e transparente. “Exigimos que nossas vozes sejam ouvidas e que sejamos incluídos nas decisões que impactam diretamente nossas vidas e comunidades”, afirmou Thiago Alves, integrante da coordenação nacional do MAB.