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MAB faz protesto no Espírito Santo e cobra participação de atingidos na repactuação

Data: 10/07/2024 - Autor: Revida Mariana

Integrantes do MAB protestam na Assembleia Legislativa do Espírito Santo durante audiência pública sobre impactos e revitalização da bacia do Rio Doce

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ez, na tarde desta quarta-feira (10), um protesto no Espírito Santo durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre impactos e revitalização da bacia do Rio Doce. Na manifestação, realizada após protesto em Governador Valadares (MG), eles pediram que os atingidos pela tragédia de Mariana sejam ouvidos na repactuação, além de exigir o direito de mulheres, melhorias na saúde e indenizações justas.

MAB faz protesto na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Foto: Nane Camargos)

Cerca de 200 pessoas participaram do protesto com faixas, bandeiras e cartazes. Havia moradores de diversas comunidades atingidas, como Ilha das Caieiras, São Pedro, Vila Rubim e Jacaraípe, além de Conceição da Barra, São Miguel, Barra Nova e outras.

“Se essa repactuação seguir negando o direito à participação dos atingidos, não seguindo os direitos assegurados pela PNAB (Política Nacional de Atenção Básica), não reconhecendo novas áreas e novos grupos, e debatendo valores rebaixados, essa repactuação pode ser um novo crime, como foi o rompimento da barragem em 2015 e como faz a Fundação Renova todos os dias”, disse Heider Boza, integrante da Coordenação Nacional do MAB.

A audiência pública teve início às 13h, no plenário Dirceu Cardoso, organizada pela Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CIPE-Rio Doce).

Heider Boza participa de protesto do MAB na AL do Espírito Santo (Foto: Nane Camargos)

Quatro mesas de discussão foram montadas para debater assuntos como a repactuação, os acordos de reparação e os aspectos judiciais da tragédia de Mariana; além de mostrar a visão dos atingidos e de lhes prestar esclarecimentos.

Três integrantes do MAB participaram de duas das mesas. Entre elas, aquela que tratou sobre os impactos socioeconômicos e socioambientais no Rio Doce e os novos acordos de reparação dos danos provocados, que teve a participação de Boza.

90 dias: julgamento do crime socioambiental em Mariana terá início em outubro

O protesto se dá a 90 dias do importante julgamento em Londres das mineradoras Vale e BHP Billiton. Marcado para o dia 7 de outubro, o julgamento vai dar a oportunidade a mais de 700 mil atingidos de lutar por reparação adequada pelos danos sofridos na tragédia de Mariana.

Para lembrar a data, o Revida Mariana, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), lançou, no fim de junho, a campanha “9 anos de impunidade, 100 dias para fazer justiça”. A ideia é mobilizar sociedade civil, movimentos sociais, ativistas, organizações não-governamentais e a imprensa brasileira para acompanhar o caso de perto.

Aqueles que são a favor de indenizações justas para as vítimas do desastre e reparação ao meio ambiente e municípios afetados podem assinar uma carta-manifesto disponível no site da campanha, revidamariana.com.br.

Campanha 100 dias
Julgamento do crime socioambiental em Mariana terá início em outubro

A adesão ao movimento se torna ainda mais importante diante das movimentações e manobras das mineradoras para tentar impedir o julgamento da ação em Londres. Imbuídas do objetivo de atrasar a punição e o pagamento de indenizações, as grandes empresas têm se mobilizado através do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) para entrar com recursos e pedidos de liminares que impeçam a realização do julgamento.

Mais de um milhão de pessoas foram atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais, em 5 de novembro de 2015. A tragédia matou 20 pessoas e destruiu vidas, famílias e o meio ambiente. Na ocasião, mais de 44 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram liberados na natureza, no maior desastre ambiental do Brasil.

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