MAB faz nova manifestação para reivindicar participação popular no acordo de repactuação
Data: 27/06/2024 - Autor: Revida Mariana
Na manhã desta quinta-feira (27), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fez uma nova manifestação para reivindicar a participação popular no acordo de repactuação pelo crime socioambiental ocorrido em Mariana (MG), com o rompimento da Barragem de Fundão. O protesto aconteceu em Governador Valadares (MG) e reuniu cerca de 150 atingidos.
Com cartazes, faixas e bandeiras, o grupo fez uma marcha até a Praça da Estação, e se posicionou na porta da reunião do Comitê Interfederativo (CIF), que fiscaliza a Fundação Renova, criada pelas mineradoras para reparar os danos causados pelo crime socioambiental. “O CIF é o órgão que deveria fiscalizar a Fundação Renova para cobrar também os nossos direitos”, disse Letícia Oliveira, integrante da coordenação nacional do MAB.
Segundo ela, apenas uma parte do grupo de manifestantes conseguiu entrar na reunião para acompanhar os desdobramentos da reparação e falar sobre as reivindicações dos atingidos. “Viemos cobrar o direito ao auxílio financeiro emergencial para todos os atingidos que perderam renda, cobrar direito à moradia digna, direito a água de qualidade, a reativação econômica, enfim, todos os direitos violados pelo rompimento da barragem de Fundão que as empresas Vale, Samarco, BHP Billiton e a Fundação Renova não conseguiram garantir até hoje, mais de 8 anos e meio depois do rompimento da barragem”, disse durante o protesto.
Denúncia
Thiago Alves, integrante da coordenação nacional do MAB, denunciou durante a mobilização a responsabilidade das mineradoras no crime socioambiental da Barragem de Fundão.
“Nós estamos aqui na frente da estação da Vale, aqui em Governador Valadares, para denunciar que a Vale é a responsável por esse crime, pela destruição que nós estamos vivendo. Essa reunião do Comitê Interfederativo é importante, mas a Vale é a responsável”, disse.
Ele ainda destacou a importância da participação popular nos acordos de repactuação. “O nosso dinheiro, o dinheiro dos atingidos, não pode ir para a mão dos governos. Não pode voltar para a mão das empresas. Tem que ir para as famílias atingidas por meio de programas investidos na nossa região, que gera emprego e renda, que revitalize o meio ambiente e que nos dê condições de desenvolver essa região”, disse.
Letícia Oliveira também reforçou que o MAB não aceita um acordo sem participação popular. “Repactuação só pode ser justa se tiver participação popular”, completou a integrante da coordenação nacional do movimento.