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Vítimas de crime socioambiental em Mariana denunciam má qualidade da água do Rio Doce

Data: 18/06/2024 - Autor: Revida Mariana

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, na segunda-feira (17), para denunciar a qualidade da água do Rio Doce. Representantes de 16 municípios atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), também reivindicaram a participação das vítimas do crime socioambiental nas negociações de reparação durante audiência na ALMG.

Cerca de 150 atingidos, de 14 municípios da Bacia do Rio Doce, estiveram mobilizados em BH

A baixa qualidade da água fornecida pela Renova, fundação criada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton para reparar danos à população e ao meio ambiente, é um tema recorrente às comunidades atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão. Interrupção de atividades econômicas, perda de relações culturais e religiosas com o rio, além de danos à saúde mental e física estiveram em debate durante a audiência pública.

A moradora da cidade de Rio Doce, Vilma Gonzaga, desabafou sobre a situação atual da comunidade e todas as lutas que têm enfrentado desde o crime socioambiental de 5 de novembro de 2015.

“Moro na cidade de Rio Doce, comunidade tradicional na Zona da Mata, cidade impactada pela lama. Essa coisa horrorosa aí (lama tóxica) está alojada até hoje, né? Nós continuamos sofrendo naquele lugar e a (Fundação) Renova não quer saber de reconhecer os atingidos”, disse ela.

Crime continua acontecendo’

Vilma Gonzaga fez desabafo sobre situação dos atingidos
Vilma Gonzaga participou de atos em prol dos atingidos por barragens em Belo Horizonte

A sobrevivência da família de Vilma era diretamente ligada à pesca, atividade interrompida na região devido ao rompimento da barragem de Fundão. “Eles (Vale e BHP) ficaram de tirar os rejeitos de lá, mas não tiraram. O restante está lá e o crime continua acontecendo porque continua contaminando o rio. Quando chove, a lama continua descendo na água e matando os peixes”, lamenta Vilma.

“Nós não temos mais o nosso peixe. Não podemos mais pescar! É a nossa tradição! Aprendemos com nossos pais, que aprenderam com nossos avós, e hoje nós não podemos fazer isso mais, né? Nem um piquenique na beira do rio”, disse ela. Ainda segundo Vilma, o índice de alcoolismo e dependentes químicos cresceu exponencialmente após o crime socioambiental de Mariana.

O encontro na Assembleia de Minas ocorreu no mesmo dia em que os atingidos saíram às ruas para denunciar os ataques das mineradoras aos direitos das vítimas. A manifestação aconteceu na porta do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), que media o acordo entre as empresas, Governos Estadual e Federal e outras entidades públicas.

“A campanha ‘Revida Mariana – Justiça para limpar essa lama’ denuncia o processo da repactuação Rio Doce, que avança de maneira autoritária, rebaixando valores e o próprio direito dos atingidos”, disse o coordenador nacional do MAB, Thiago Alves. Na quarta-feira (19), a partir das 11h, o coordenador nacional do MAB, Thiago Alves, vai participar de uma entrevista no canal do Youtube do portal 247 para falar sobre a mobilização dos atingidos, a campanha do Revida Mariana e os desdobramentos sobre a repactuação.

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